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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

CRÍTICA - Bastardos Inglórios

A NOVA OBRA PRIMA DE TARANTINO
por Rodrigo Duarte

Enquanto os holofotes e a publicidade do filme Bastardos Inglórios de
Quentin Tarantino valorizam a presença de Brad Pitt no elenco, deixamos
a sala do cinema nos perguntando: quem é o sujeito que interpreta o
oficial alemão apelidado de “Caçador de Judeus”? É o austíaco Christoph
Waltz. O cara literalmente rouba a cena. Não foi à toa que recebeu, este
ano, a Palma de Ouro de Melhor Ator no Festival de Cannes por sua atuação.

É impressionante o vigor com que Tarantino dirige todas as cenas do
filme. São tão bem acabadas, decupadas, escritas, são tão únicas, que
dariam todas, uma coleção de curtas metragens. Por mais que exista um
eixo narrativo que agrupe todas as cenas, elas parecem existir
independentes umas das outras. Tome a primeira cena como exemplo, uma
verdadeira obra-prima.

Em um mercado desabituado a filmes falados em outra língua que não o
inglês (vide o exemplo do que foi feito com o recente /Operação
Valquíria /de Bryan Singer) é louvável a coragem do diretor de escrever
em alemão, francês e italiano e ainda assim fazer piadas do uso das
mesmas. O próprio Christoph Waltz fala as quatro línguas. O diretor tem
uma queda confessa pelo idioma francês, já que os franceses sempre o
respeitaram e o reconhecem como um verdadeiro /auteur./ Não se trata de
mera coincidência o fato da dona da sala de cinema no filme ser uma
francesa.

Tarantino mais uma vez faz a alegria dos cinéfilos com seu mix de filme
de guerra, western spaghetti, filmes de ação e comédia tresloucada e
compartilha com o público seu gosto de fazer cinema recheando o filme de
referências. Hitler como esse, apenas nos filmes de Ernst Lubitsch e
Charles Chaplin. Mas não pense que o filme é uma comédia, só está
repleto de humor, e dos bons.



 

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